Gritou lá na mata
Pra quem é de Xangô
A machada tem dois cortes
Pra quem é de Xangô
A bando-ê, a bando-á
Filho de umbanda não cai
Para quem é filho de Xangô

Trovão roncou no mar
Relâmpago clareou
Caô, meu pai Xangô
Força de Deus aqui chegou

Trovão roncou no mar
Relâmpago clareou
Chegou senhor Xangô
Foi Santa Bárbara quem mandou

Eu ia passando
Eu não ia chegar
Eu ouvi a voz foi de Iansã
Rompe Xangô você é o rei dos orixás

Eu sou rei dos ares
O meu nome é São Jerônimo
Eu sou rei dos trovões, eiá
Meu nome é Xangô Deí
Ô Deí, ô Deí
Xangô Deí

Caminhei, caminharei
Caminhei, caminhará
Caminhei sessenta léguas
Pra chegar no canzuá
O senhor parece escouro
Que o Expedito ê vem aí
O Expedito vem cantando
Caô cabileci

Ô caô, caô, caô, ô meu senhor
Louvado seja, meu senhor
Senhor Xangô
Nesse terreiro chegou

Ô, lá no alto daquela pedreira
Eu vi o grito de Ari Xangô
Caô, caô, caô, cabiecilê

Pisa pilão rei, rei Xangô
Pisa pilão rei Xangô é

Xangô de ouro, Xangô de prata
Aqui chegou Xangô, meu Deus
De madrugada

Pedra rolou pra Xangô
Lá na pedreira
Segura os couro meu pai
Lá em Cachoeira
Eu tenho o corpo fechado
Xangô é meu protetor
Segura os couro meus filhos
Pai de terreiro chegou

Xangô não é meu, é de Oiá
Eu mandei pra Bahia, assentar
Eu mandei pagodô pra levantar
Mas Xangô não é meu, é de Oiá

Xangô é meu, Xangô
Xangô é Baluaê
Xangô também veio do mar
Xangô também veio valer

Orerê, orerê, orerê oê nagô
Relâmpago é pra Iansã
Trovão é pra mim Xangô

Ai, ai, ai, meu Xangô é de pena, meu Deus
Ai, ai, ai, meu Xangô é de pena, meu Deus

Ai, ai, ai, meu Xangô é de fogo, meu Deus
Ai, ai, ai, meu Xangô é de fogo, meu Deus

Xangô está na hora, que o vapor assobiou
Xangô está na hora, que o vapor assobiou
Você não conhece a chamada de xangotô

Quando Oiá falou
Que Xangô gemeu
O povo desta casa, Oiá, Oiá
Todo se tremeu
Oiá, Oiá
Oiá de Deus

Caô Xangô
Acaxo bixobi-lê
Oía babaia
Acaxo bixobi-lê

Xangô já vai embora
Vai pra sua cidade lá no juremá
Um abraço para os que aqui deixa
Embora com saudade ele vai orar
Adeus, adeus, até um dia quando ele voltar

Ó meu São Sebastião
Sua espada está no mar
Tá cravada numa pedra
Só Jesus para arrancar

Ô meu pai, ô minha mãe
Sou eu, São Sebastião
Não deixa eu cair no chão

São Sebastião é d’água
Ele é d’água, ele é d’água

São Jorge na porta bateu
São Jorge na porta bateu
Passei a mão na fenda para ver quem é
É São Sebastião, guerreiro de umbanda
Ele é rei, é rei